Livro "Paula" de Isabel Allende.

O livro "Paula", de Isabel Allende, foi escrito em 1991 pela autora para a sua filha Paula, que na época estava em coma e acabou falecendo meses depois, é o testemunho contado na primeira pessoa sobre a morte de uma filha. 

Como se de uma viagem ao sofrimento humano se tratasse, o livro percorre também a vida da escritora, entrecortada por alegrias e tristezas, acontecimentos que fizeram história, personagens diversas, amores e desilusões.

Isabel Allende garante que esta obra não é sobre a morte. "O meu livro 'Paula' é uma memória trágica da história da morte de uma jovem rapariga, mas sobretudo uma celebração da vida. (...) A sua longa agonia deu-me a oportunidade única de rever o meu passado."

Allende, já sabia do estado da sua filha há muito tempo - Paula era portadora de porfíria, doença hereditária que recebeu através do pai, Miguel Frías, o primeiro marido da escritora. Paula ficou em coma durante um ano, acabando por falecer na casa da mãe e do padrasto na Califórnia, a 6 de Dezembro de 1992, com apenas 29 anos de idade. 

Se difícil é escrever sobre a morte, ainda mais doloroso é escrever sobre a morte de um filho. Mas Allende viu nesse processo uma hipótese de salvação, tentando não cair em sentimentalismos, que tanto horror provocavam em Paula. Daí que a longa introspecção que realizou a impedisse de atingir um estado de irremediável loucura. 

O resultado é uma obra poderosa e intensa, que conseguiu a façanha de fascinar os fiéis à obra literária da escritora chilena, mas também os mais cépticos em relação ao seu estilo habitual. A forma quase epistolar do romance e a sua intimidade sofrida distancia-se de outros que celebrizaram Allende, como "A Casa dos Espíritos", "De Amor e de Sombra" ou "Plano Infinito". O livro é seguramente o mais notável romance da carreira de Isabel Allende.

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